O que é cultura do estupro?

Vamos falar sobre cultura do estupro? VAMOOOOSSSS!

Esse post originalmente era para falar sobre cultura do estupro, FURB, casos horrorosos em Santa Catarina. E talvez outras coisas que aparecessem na minha cabeça enquanto eu escrevo. Mas no final descobri que… A Cultura do Estupro merece um post todinho só pra ela. Porque tanta gente nunca nem ouviu falar disso… E depois a gente fala sobre a nossa nobre universidade y otras cositas más.

Encontrei esse post lindo no BuzzFeed que esmiuçou tudo de um jeito que é impossível não entender, então vou traduzir.

A “cultura do estupro” é uma cultura onde a violência sexual é considerada norma – ou seja, onde as pessoas não são ensinadas a não estuprar, mas sim ensinadas a não ser estupradas. O termo foi usado pela primeira vez por feministas nos anos 70, mas tornou-se mais popular nos últimos anos, com mais sobreviventes compartilhando suas histórias.

Abaixo, um guia para iniciantes sobre os maiores elementos da cultura do estupro.

* Qualquer um pode ser um estuprador

A narrativa que define a cultura do estupro é a de que um estupro acontece quando uma mulher é aleatoriamente atacada por um estranho escondido atrás de uma moita. E sim, isso acontece. Mas não é a única forma que o estupro acontece, e essa narrativa pode obscurecer muitos outros espaços onde estupros ocorrem.

Laurie Penny resume muito bem no The independent:

Como cultura, nós ainda nos recusamos coletivamente a aceitar que a maioria dos estupros são cometidos por homens normais, homens que têm amigos e famílias, homens que podem até mesmo ter feito coisas grandiosas e admiráveis em suas vidas. Nós nos recusamos a aceitar que caras legais estupram, e estupram com frequência. Parte do motivo de nós não aceitarmos isso é porque esse é um fato difícil de contemplar – é bem mais fácil continuar acreditando que somente homens malvados estupram, somente homens violentos e psicóticos escondidos em becos com bigodes de vilão e facas estupram, do que considerar que o estupro pode ser algo que homens comuns fazem. Homens que podem ser nossos amigos ou colegas ou mesmo pessoas que nós admiramos.

* A ideia de “estupro cinza”

“Estupro cinza”, como definido pela Cosmopolitan, é um encontro sexual que fica “em algum lugar entre o consentimento e o não”, onde “ambas as partes não têm muita certeza de quem queria o que”. E a prevalência desse tipo de estupro é muito o resultado da falta de conhecimento a respeito do que constitui o consentimento.

De acordo com uma pesquisa britânica entre pessoas com idade entre 14 e 25 anos, aproximadamente um terço dos estudantes nunca aprenderam sobre consentimento na escola (imagina aqui no Brasil!).

“O estupro não envolve somente alguém com uma arma apontada para a cabeça da mulher.”, diz Michele Decker, profesora da Johns Hopkins que escreveu um comentário para um relatório das Nações Unidas sobre atitudes de estupro em seis países asiáticos. O relatório descobriu que homens descreviam ações que se encaixavam na definição legal de estupro – transar com uma mulher sem o seu consentimento – porém não usavam a palavra “estupro”.

“As pessoas tendem a pensar no estupro como algo que outra pessoa faria”, Decker disse.

* “Não significa sim”

A ideia romântica da “perseguição” é bem velha. Seja na televisão, na música, nos filmes, esse vai e volta entre um homem e uma mulher pode, é claro, ser romântico. E uma parte muito importante para combater a cultura do estupro é reconhecer a importância do espaço pessoal e tomada de decisões.

Até que a cultura e a lei enquadrem o consentimento sexual como algo próativo, dado de maneira explícita, não haverá justiça para as vítimas de estupro. Está na hora de deixar o modelo de “não significa não” para tipificar a agressão sexual e se concentrar no “somente SIM significa sim”.

* Culpabilização da vítima

Nas primeiras horas de 8 de janeiro de 2012, uma garota de 14 anos do Missouri alegou ter sido estuprada por um jogador de futebol americano da Maryville High School depois de desmaiar de bêbada.

Nas primeiras horas de 12 de agosto de 2012, uma garota de 16 anos de West Virginia foi estuprada por dois jogadores de futebol americanos da Steubenville High School depois de desmaiar de bêbada.

Ambos os casos receberam atenção da mídia nacional – embora somente o caso de Steubenville tenha resultado em condenação, e no caso de Maryville, a vítima, Daisy Coleman, decidiu se identificar. Mas a semelhança crítica foi no tratamento dado às duas garotas, que estavam (a) intoxicadas, e (b) acusando garotos que moravam em comunidades fraternas às quais as garotas não pertenciam. (Coleman recentemente se mudou; e a garota de Steubenville morava em outro estado.)

Logo depois dos dois incidentes, amigos dos garotos lançaram insultos direcionados às garotas nas redes sociais. Quando suas histórias se tornaram nacionais, a hostilidade contra as garotas se intensificou, com muitos comentários sobre como quem errou foram as garotas, e não os alegados agressores.

* Slut shaming

Há dúzias de exemplos de atos sexuais “públicos” (resultados de agressão ou não) que viralizaram uma vez que as fotos ou vídeos chegaram na internet. Muitas vezes, ao invés de ignorar o ato, ou simplesmente chamar a polícia, as testemunhas preferem fotografar/filmar e postar no instagram. São exemplos de humilhação pública focada nas mulheres que agora acontecem em escala internacional.

* Assédio na rua

O assédio na rua, ou as cantadas de rua, podem ser uma ocorrência diária para as mulheres e apenas reforçam a atmosfera de violência e falta de poder que permitem que a cultura do estupro prospere. O site stopstreetharassment.org explica como um mundo onde um homem se sente confortável ao dar cantadas não solicitadas em mulheres que não conhecem em público é o mesmo mundo onde homens se sentem confortáveis com o estupro. Na explicação, eles citam o texto da Phaedra Starling, “Schrödinger’s Rapist”:

“Um homem que ignora o NÃO de uma mulher em um ambiente não-sexual tem maiores probabilidades de ignorar um NÃO em um ambiente sexual também. Se você insiste em iniciar uma conversa quando ela já tentou te cortar, você está enviando uma mensagem: que o seu desejo de conversar é mais importante que o direito de ela ficar sozinha.”

* O mito da prevenção do estupro

Muitas conversas sobre estupro focam em comportamentos preventivos, como dizer às mulheres o que não fazer, o que não vestir, ou quando não sair. Mas essa lógica não coloca responsabilidade alguma naqueles que cometem o crime.

Uma excelente explicação do Shakesville:

A cultura do estupro está dizendo às garotas e mulheres que sejam cuidadosas com o que vestem, como se vestem, como se portam, onde caminham, quando caminham, com quem caminham, em quem confiam, o que elas fazem, onde elas fazem, com quem elas fazem, o que elas bebem, quanto bebem, se fazem contato visual, se estão sozinhas, se estão com um estranho, se estão em um grupo, se estão em um grupo de estranhos, se está escuro, se a área é desconhecida, se estão carregando alguma coisa, como estão carregando, que tipo de sapatos estão calçando caso precisem correr, que tipo de bolsa carregam, que bijuteria usam, que horas são, que rua é, que ambiente é, com quantas pessoas dormem, com que tipo de pessoas dormem, quem são seus amigos, para quem dão seus telefones, quem está perto quando o entregador chega. E sugerindo que arrumem um apartamento de onde se possa ver quem está na porta antes de abrí-la, que tenham um cachorro ou outro sistema de alarme, que tenha um colega de apartamento, que tenha aulas de defesa pessoal, que esteja sempre alerta, que preste atenção, que sempre olhe para trás para ver se alguém está seguindo, que sempre esteja atenta aos arredores e que nunca baix a guarda nem por um momento a não ser que você queira ser agredida sexualmente e caso seja e não tenha seguido todas essas regras a culpa é sua.

* Piadas de estupro

Por baixo do debate sobre se piadas de estupro podem ser engraçadas está a pergunta muito mais abrangente de: será que é saudável para uma sociedade rir da ideia de violência sexual.

Lindy West do Jezebel escreveu um texto entitulado “Como fazer uma piada de estupro” durante a controvérsia sobre a piada de estupro de Daniel Tosh. Para West, a piada de estupro de Tosh, e a maioria das outras conhecidas piadas de estupro, apenas levam mais longe a dinâmica de poder que faz com que a agressão sexual pareça normal e OK. West escreve: “Ninguém está dizendo que você não pode falar sobre estupro. Apenas seja uma pessoa decente sobre isso ou abandone a suposta superioridade moral e fique a vontade com o fato de que está fazendo um mundo pior”.

* A “Friend Zone”

Essa é a ideia de que um “cara legal” possa ser colocado em uma zona de amizade sem sexo por uma mulher próxima que injustamente não percebe que ele é o par romântico perfeito para ela. A narrativa da friend zone coloca o foco no sexo como uma recompensa por ser uma boa pessoa.

Associe a isso o fato de que, de acordo com o Rape, Abuse & Incest National Network (RAINN), aproximadamente dois terços dos estupros são cometidos por alguém próximo à vítima, e de repente a ideia de um amigo secretamente ansiando por uma garota e também incapaz de respeitar seus limites pessoais, e essa ideia já não é mais tão romântica.

O blogueiro Kevin Beirne tem uma excelente sacada sobre como a friend zone leva a uma cultura do estupro:

O mito da friend zone é perigoso e u insulto pois perpetua a ideia de que mulheres são um prêmio ou recompensa por ser “legal”. Isso desumaniza as mulheres de uma forma que é muito mais sutil do que as cantadas de rua, e é por isso que muitas pessoas caem nessa. Eu caí nessa também, quando era mais jovem.

* PUA (Pickup Artists)

Pickup artist é um homem que treina outros nas habilidades de encontrar, atrair e seduzir mulheres.

O movimento moderno de PUA envolve a crença de que mulheres são não somente objetos sexuais que podem ser obtidos, mas também que o processo de obtê-las é uma ciência que pode ser dominada. No vídeo abaixo, um PUA popular no YouTube literalmente pega garotas que não conhece em um campus universitário.

Junho passado, o Kickstarter baniu um “guia de sedução” escrito por um homem chamado Ken Hoinsky, depois que usuários descobriram que ese guia era mais ou menos uma instrução sobre como coagir uma mulher a ter sexo com um homem. No mês seguinte, S. E. Smith falou sobre o assunto, atingindo o coração da arte de PU:

“Obviamente, as pessoas podem ler dicas de PUA sem se tornarem estupradores. Até podem se identificar como PUA e usar algumas dessas técnicas em busca de parceiros sexuais sem se envolverem com estupros; embora eu ainda argumente que eles estejam participando de uma cultura objetificadora e altamente sexista que trata as mulheres como prêmios a serem conquistados ao invés de seres humanos.

* Medo de denunciar

Em campi universiários – onde uma a cada cinco mulheres são agredidas – apenas uma a cada oito denunciam. Isso porque vítimas em idade universitária geralmente “não vêem esses incidentes como danosos ou importantes o suficiente”, ou “não querem que a família ou outras pessoas saibam”. Elas se sentem restringidas por “falta de prova”, “medo de represália por parte do agressor, medo de serem tratadas com hostilidade pela polícia, e presumem que a polícia não irá acreditar que o incidente foi sério o suficiente e/ou não vai querer se incomodar por causa do incidente”, de acordo com um estudo de 2000 feito peloNational Institute of Justice.

Mesmo para as vítimas que acabam denunciando sua agressão através da polícia, não há garantia d que o agressor vá ser condenado. Processos por estupro estão arquivados aos milhares pelos Estados Unidos, e como um relatório recente da Casa Branca explica, “mesmo quando as prisões são feitas, promotores geralmente relutam em pegar casos de estupro e agressão sexual”.

No exército – onde uma a cada três mulheres são agredidas pelos seus colegas de serviço – o medo de denunciar é intensificado pela cadeia de comando, de acordo com uma pesquisa do Department of Defense. O Department of Defense descobriu que 62% das mulheres que denunciou suas agressões sofreram retaliação por isso. De acordo com descobertas apresentadas no documentário Invisible War, 33% de mulheres militares não denunciou suas agressões porque “a pessoa que recolhe as denúncias era amiga do estuprador”, enquanto 25% não denunciou porque “a pessoa que recolhe as denúncias era o estuprador”.

De acordo com o RAINN, somente em torno de 3% dos estupradores são condenados.

* Falsas acusações de estupro

Por todo o país, há casos envolvendo policiais acusados de tentar forçar as vítimas a admitir que inventaram seus estupros – uma prática comum que aumentou as estatísticas de “falso estupro”.

O “falso estupro” é um assunto levantado especialmente por ativistas pelos direitos dos homens, que geralmente temem que mulheres – motivadas por vingança, ou às vezes simplesmente arrependidas de terem dormido com um homem – poderiam usar a empatia de um juri para condenar falsamente um homem por estupro. Mas esse raciocínio não está limitado aos ativistas pelos direitos dos homens; a vítima do ganhador do troféu Heisman, Jameis Winston, foi acusada por boa parte da comunidade da Florida de tentar destruir a carreira dele.

Mas a realidade da acusação de “falso estupro” é clara: uma mulher mentindo para o judiciário sobre sua agressão é estatisticamente rara e muito difícil de provar. O FBI declarou que tentativas de organizar estatísticas sobre isso são insignificantes. Não há registro formal de acusações de estupro falso – elas podem acontecer, mas não são frequentes.

* O poder da celebridade

Há um tempo atrás, Dylan Farrow publicou uma carta no New York Times sobre ter sido abusada por seu pai adotivo, Woody Allen, aos 7 anos de idade. A resposta foi um amplo apoio, mas muitos expressaram não acreditar nela, ou que não queriam acreditar nela. Enquanto os detalhes do caso variam muito, a reação à alegação de Allen não é tão diferente da reação às alegações de estupro contra Kobe Bryant em 2003. Bryant também é altamente respeitado, e muitos de seus fãs imediatamente desacreditaram em sua alegada vítima. Hoje, uma década depois, ninguém fala sobre a história de abuso de Bryant. Nós também não falamos sobre as acusações de abuso contra Bill Cosby ou R. Kelly, até que nos lembramos da existência deles décadas depois – e mesmo assim, a conversa reacende apenas brevemente.

A carta de Farrow não nos contou nada de novo; as alegações dela já estavam públicas há duas décadas, ressurgindo recentemente no perfil da mãe dela para a Vanity Fair e tweets do Golden Globe. Mas, assim como Bryant, Woody Allen conseguiu se esquivar dessas acusações por anos, apoiando-se sobre seu trabalho aclamado pela crítica, mostrando-nos que você consegue evitar ser rotulado de estuprador desde que seja talentoso e respeitado o suficiente.

* A narrativa midiática do “futuro promissor”

Depois que Trent Mays e Ma’lik Richmond foram condenados e sentenciados em Steubenville, o repórter Poppy Harlow da CNN os descreveu como “dois jovens com futuros tão promissores, estrelas de futebol americano, ótimos alunos, que assistiram suas vidas ruírem”.

Quando o New York Times relatou as alegações contra Dominique Strauss-Kahn feitas por uma camareira de hotel, a vítima foi descrita por vizinhos e colegas de trabalho como “uma boa pessoa” que “nunca causou problema a ninguém”.

Jeffrey Goldberg mais tarde escreveu no The Atlantic sobre porque ele achou que dar relatos sobre a personalidade das vítimas – ou sobre o “futuro promissor” de seus agressores – um problema: “Eu não entendo esse tipo de depoimento. Qual é o objetivo? Faz diferença se ela é amigável? Faz diferença ela ser uma boa pessoa? Faz diferença que ela nunca causou problema? Claro que não. Estupro é estupro. O caráter da vítima é irrelevante.”

* Estupro de homens

Desde 1927, a definição legal de estupro foi “conjunção carnal com uma mulher, forçosamente e contra sua vontade”. Em 2012, o Uniform Crime Report do FBI redefiniu o estupro para refletir que não somente mulheres podem ser violentadas sexualmente. Agora o estupro é legalmente definido como “a penetração, não importa quão leve, na vagina ou ânus com qualquer parte do corpo ou objeto, ou penetração oral com um órgão sexual de outra pessoa, sem o consentimento da vítima.”

Essa distinção legal é importante – porque o estupro de homens, embora menos comum, certamente acontece. E geralmente só recebe cobertura da mídia quando envolve homens de podercomo técnicos de futebol ou padres. Enquanto isso, homens sobreviventes de estupros estão sem recursos e enfrentam um tipo diferente de estigma, comparados às sobreviventes mulheres.

* Falta de atenção ao estupro em comunidades de minorias

Histórias de estupro que conseguem chegar ao grande público quase sempre envolvem vítimas brancas e heterossexuais – embora, de acordo com RAINN, 34% de toda a população feminina indo-americana e do Alaska irão passar por um estupro ou tentativa de estupro durante sua vida. É quase o dobro da probabilidade para elas do que para mulheres brancas (17,7%) e mulheres negras (18,8%). É uma em cada três mulheres, ou seja, “proporções epidêmicas“.

Na comunidade LGBT, a prática do “estupro corretivo” – quando estupradores tentam “curar” ou “corrigir” o que eles vêem como um problema na sexualidade de alguém – é outro assunto problemático que recebe pouca atenção nos Estados Unidos.


Será que é tudo mesmo #mimimi do feminismo malvado? Você não vê essas coisas todas acontecendo ao seu redor?

Vou falar mais sobre isso e contextualizar nos recentes casos catarinenses mais adiante…

10 comentários sobre “O que é cultura do estupro?

  1. Eu não me considero feminista (ainda não, porque estou conhecendo agora) e vejo sim isso tudo ao nosso redor, no nosso dia-a-dia! Hoje pela manhã eu ouvi uma “chamada” de notícia no rádio que me deixou boquiaberta! Dizia: “65% dos brasileiros concordam que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”” OI?! Fui atrás da tal notícia para saber a fonte das informações: “pesquisa divulgada ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – e o site é inclusive .gov.br), feita a partir da entrevista de 3.810 pessoas de ambos os sexos, entre maio e junho do ano passado.”. Ok, eu só gostaria de saber QUEM SÃO ESSAS PESSOAS E EM QUE MUNDO ELAS VIVEM! Eu sinceramente acho que esse tipo de pesquisa deveria ser feito de outra forma, não induzindo as pessoas a responderem essas barbaridades, mas sim fazendo perguntas de cunho educativo para que antes que elas respondam “se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros”, entendam que até mulheres de BURCA são estupradas! Aliás, o Afeganistão é um exemplo claro disso!
    O Brasil tá cheio desses problemas culturais por causa dessa forma de expor os acontecimentos cotidianos. As mídias estão cada vez mais sensacionalistas, parecem que GOSTAM de INDUZIR a hipocrisia (ser generalizar, claro). Eu sinceramente não sei onde isso tudo vai parar!!!

    • Tem bastante gente criticando (inclusive feministas) a maneira com que a pesquisa foi feita. Infelizmente tô sem tempo pra ir a fundo nisso, mas juro que não me surpreendo se a pesquisa for verdadeira mesmo e pelos comentários que escutei de amigas acho que reflete a realidade sim. A maioria delas diz: “minha mãe/amiga/irmã/tia/pai/amigo/irmão/tio disse que concorda que mulher que se veste assim assim assado tá pedindo.”
      Então… :/

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  4. No caso do “PUA” , pense no caso de uma pessoa que é tímida, tem dificuldade de desenvolver conversas e fazer amigos, ela começa a ler livros sobre como ser mais sociável, desenvolver conversas e fazer amigos, você consideraria que esses novos amigos que ela quer ter seriam para ela como prêmios a serem conquistados ao invés de seres humanos? Se a resposta for sim, você esta condenando essa pessoa a o isolamento, o mesmo ocorre com alguns homens que tem dificuldade de chegar em uma mulher e tentar ter um relacionamento com ela, se você negar isso a esta pessoa você estará condenando ela a uma solidão não desejada, ela queria estar em um relacionamento e não pode, porque tem dificuldade de conseguir e é proibido ensiná-la.

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  7. “A cultura do estupro está dizendo às garotas e mulheres que sejam cuidadosas com o que vestem, como se vestem, como se portam, onde caminham, quando caminham, com quem caminham, em quem confiam, o que elas fazem, onde elas fazem, com quem elas fazem, o que elas bebem, quanto bebem, se fazem contato visual, se estão sozinhas, se estão com um estranho, se estão em um grupo, se estão em um grupo de estranhos, se está escuro, se a área é desconhecida, se estão carregando alguma coisa, como estão carregando, que tipo de sapatos estão calçando caso precisem correr, que tipo de bolsa carregam, que bijuteria usam, que horas são, que rua é, que ambiente é, com quantas pessoas dormem, com que tipo de pessoas dormem, quem são seus amigos, para quem dão seus telefones, quem está perto quando o entregador chega. E sugerindo que arrumem um apartamento de onde se possa ver quem está na porta antes de abrí-la, que tenham um cachorro ou outro sistema de alarme, que tenha um colega de apartamento, que tenha aulas de defesa pessoal, que esteja sempre alerta, que preste atenção, que sempre olhe para trás para ver se alguém está seguindo, que sempre esteja atenta aos arredores e que nunca baix a guarda nem por um momento a não ser que você queira ser agredida sexualmente e caso seja e não tenha seguido todas essas regras a culpa é sua.”

    Acho que está certo a mulher se cuidar, lógico.

    Só acho que a mulher deve se prevenir, porque ela quem vai ser levar a pior se ela for estuprada.

    Ela DEVE SIM procurar defesa pessoal, DEVE SIM andar em lugares claros com mais gente, isso é tudo prevenção, se ela não se prevenir, andando em lugares escuros e bêbada, existe uma possibilidade maior de ser estuprada, pois estando bêbada, não poderá correr, e estando em um lugar escuro, não saberá para onde correr.

    Se uma mulher dá seu telefone para estranhos, ela pode também ser estuprada.
    Uma mulher DEVE SIM ter um sistema de alarme em casa, até para a segurança da propriedade, um ladrão pode entrar e roubar tudo.

    Existe uma linha clara entre estupro e consentimento, e entre essa linha, existem CAMINHOS:
    Uma mulher que bebe e dorme com vários, está praticamente praticando o AUTO-ESTUPRO, pois não tem a honra com seu próprio corpo.

    Uma mulher que dorme com vários, mesmo que consentimento, normalmente vai em bares, lá, bebe, sai do bar, vai para casa, no caminho é estuprada, a culpa é do estuprador, mas parcialmente a culpa é dela.
    Usarei de uma analogia: eu ando na borda de uma montanha, eu caio, mas não queria morrer, portanto, a culpa não é minha, a culpa é da gravidade.
    A culpa é sua sim, você se jogou de uma montanha indiretamente, você andou em um local de risco, a escolha foi sua de andar ali ou não.

    Mesmo parcialmente a culpa sendo da estuprada ( neste caso ), o estuprador também tem culpa, pois ele “USOU” um corpo que não era dele.

    Isso que eu disse, existe uma LINHA BEM DEFINIDA, precisamos saber como julgar os casos.
    Por isso a melhor forma de terminar com isso é: SE PREVENIR
    Se todas as mulheres se prevenissem, não existiria mais o ‘ESTRUPO COM MEIO-CONSENSO’, se a mulher não fosse ao bar, se embebedar, voltasse em uma rua escura sem pessoas, nada disso teria acontecido.

    NOVAMENTE, o bandido que cometeu o crime deve ser punido, mas lembrando que a culpa não é só dele

  8. Melhor forma de terminar com isso é se prevenir? esse fake aí em cima ta falando de dengue é? uma mulher que vive em casa, vestida sempre com roupas “apropriadas” pra uma mulher debem”, é igualmente estupradaporseus maridos, amigos, pais, aprentes em geral. pessoa, não reforce a cultura do estupro. Não vou me privar de viver e ser feliz porque imbecis querem que agente sṕo fique em casa servindo eles. Já ouviu esse som lindo da Angela Roro: “morreu violentada porque quis/ saía falava dançava/ podia estar quieta e ser feliz/ calada acuada castrada…. Nao tente me castrar e nem me acuar porque eu sou mulher e sei me defender. mesmo que eu sofraa violencia. não vou me render. vou lutar e vou cantar até o fim com a minha diva Elza Soares.

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